A modernização das relações trabalhistas deve ser agenda prioritária

Renato Alves

“Ao analisar só o fator custo do trabalho, o cenário já é preocupante. Para ter-se uma ideia, entre 2003 e 2013 o custo unitário do trabalho, em dólar, aumentou 128%. Além do fator custo, outras obrigações e condições como a intrincada burocracia nas rotinas das empresas para cumprimento da legislação e obrigações leais e, também, a insegurança jurídica.

Se observado o fator produtividade do trabalho, o panorama também é crítico, pois nesse mesmo período ele caiu 21%. Comparada com outros países, essa queda suscita preocupação ainda maior. De modo geral, os índices dos concorrentes são, significativamente, superiores aos do Brasil. É o caso de Estados Unidos, Alemanha, Rússia, África do Sul, Argentina e México.

Ou seja, enquanto o custo unitário do trabalho aumenta, os índice de produtividade do trabalho tem uma queda significativa, eliminando a competitividade das empresas brasileiras, frente o mercado internacional.”

Outro aspecto a ser considerado é a legislação trabalhista brasileira totalmente desconectada nas novas tecnologias que foram introduzidas nas linhas de produção como também da modernização das relações internas.

“A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) nasceu na década de 1940, em um momento histórico de incipiente industrialização brasileira, com grandes transferências de trabalhadores rurais para um mercado urbano em formação. Na época, foram consolidadas regras rígidas com a ideia de que somente a lei poderia garantir direitos trabalhistas e reger as condições de trabalho.

É claro que esse modelo teve sua motivação e importância, o que deve ser reconhecido e inegavelmente valorizado. Contudo, é preciso adequá-lo às novas formas de produção e aos novos modelos de trabalho que surgiram nessas mais de sete décadas pós-CLT.”

Fonte: http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2016/05/18/temer-deve-priorizar-modernizacao-de-relacoes-trabalhistas.htm